segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Prefeitura promove combate à homofobia nas escolas


Homossexualidade e preconceito convivem lado a lado nas escolas como em outros ambientes sociais. Daniel (nome fictício) é aluno da Rede Municipal de Ensino e afirma que já sofreu agressões físicas ou verbais por ser homossexual. Apesar disso, acredita que a realidade tem melhorado atualmente. “A fase em que sofri mais agressões foi no início da puberdade, dos 11 aos 13 anos. Hoje, as manifestações preconceituo­sas diminuíram muito”, observa.

A transexual e psicóloga Sarug Dagir explica que ofensas periódicas levam à baixa autoestima do aluno, prejudicando seu rendimento escolar. “Isso resulta em altos índices de evasão desse segmento da sociedade, que já enfrenta a rejeição entre a família e os vizinhos, prejudicando também no ingresso ao mercado de trabalho” salienta.

Pensando em fazer com que prevaleça o convívio pacífico no ambiente escolar, a Secretaria Municipal de Educação (Smed) vem criando medidas de combate ao preconceito. A secretaria promove, desde 2007, em parceria com o Conselho Municipal de Educação (CME-BH), o programa Educação sem Homofobia, com a colaboração de grupos como o Movimento de Direitos Humanos LGBT e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Coordenadora de um projeto de educação sexual na Escola Municipal Dom Orione, a professora Alessandra Gomes Ferraz diz que o assunto ainda é tabu em várias escolas. “Tocar no tema sexualidade, independentemente da natureza, gera opiniões diversas. No projeto, eu ensino às crianças que a melhor maneira de respeitar o próximo é deixar ser o que ele quiser” afirma.

Seminário

Em dezembro de 2007, aconteceu o “I Seminário Sobre Orientação Sexual e Identidade de Gênero: Educando para a Diferença”, que contou com a presença dos gestores e conselheiros da Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte e representantes do MEC. No evento, várias ações foram discutidas. Entre elas, a criação do Parecer 52/2008, aprovado em julho deste ano, que sugere a inclusão do nome social de travestis e transexuais nos registros escolares da Rede Municipal de Educação (RME), junto ao nome civil. A medida inclui o nome no livro de chamada, cadernetas escolares, declarações e demais listagens internas que interferem no tratamento inter­pessoal das pessoas dentro do ambiente escolar, não incluindo o diploma e o histórico escolar, que continuarão com o nome de registro.

Portal da PBH - Publicado em 27/08/2009 07:27:06

Um comentário:

Anônimo disse...

Ser homossexual é ter que usar nome fictício. Ridículo o artigo!